Como a exposição cambial derrubou grandes empresas brasileiras? E o que isso revela sobre o futuro do turismo?
Se tem algo que o mercado brasileiro nos ensinou nas últimas décadas é que não existe negócio internacional seguro sem estratégia cambial. Empresas gigantes, reconhecidas e líderes de mercado desapareceram por não se prepararem para a volatilidade do dólar, um risco que sempre existiu. Hoje, com o câmbio em níveis elevados, margens cada vez mais apertadas e um consumidor mais sensível a preço, entender e gerenciar a exposição cambial deixou de ser uma vantagem competitiva para se tornar a diferença entre crescer ou quebrar.
Para mostrar isso na prática, reunimos alguns dos maiores casos de empresas brasileiras diretamente impactadas pelo câmbio.
Esses exemplos revelam o que acontece quando o planejamento financeiro não acompanha a realidade internacional.
| Empresa | Situação (Ano) | Motivo Cambial | Impacto | Resumo |
|---|---|---|---|---|
| Varig | Falência em 2006 | Dívidas em dólar (leasing, combustível, financiamentos), enquanto a receita era em reais. | Desvalorização do real fez a dívida explodir. | Falta de hedge e contratos desalinhados com receita. |
| Flytour Viagens | Recuperação judicial em 2022 | Contratos internacionais em dólar/euro × receita em reais. | Margens corroídas + crise de liquidez durante a pandemia. | Pandemia acelerou um problema que já existia: exposição cambial. |
| BRA Transportes Aéreos | Falência em 2007 | Leasing em dólar sem proteção. | Crescimento do dólar + problemas internos inviabilizaram a operação. | Exposição cambial fragilizou o modelo low-cost. |
| Visual Turismo | Encerrada em 2021 | Câmbio alto reduziu demanda e aumentou custos. | Queda de vendas e perda de competitividade. | Mesmo operadoras tradicionais sofrem com dólar volátil. |
Essas histórias deixam um alerta muito claro:
🔹 Empresas de aviação sofrem impacto direto, despesas dolarizadas e receita em real criam um descompasso perigoso.
🔹 Operadoras de turismo sofrem impacto indireto , queda de demanda, margens comprimidas e riscos em vendas parceladas.
🔹 Empresas que recebem em real, mas pagam fornecedores em dólar, ficam expostas a perdas imediatas.
Hoje existem soluções de proteção e recebimento internacional muito mais acessíveis do que na época dessas empresas.
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